O embaixador da Bolívia no Brasil, René Maurício Dorfler, afirmou nesta quinta-feira que o governo boliviano avalia decretar estado de sítio por conta dos conflitos com representantes da oposição. "A constituição política estabelece essa possibilidade e o governo esta avaliando essa questão", disse em entrevista coletiva em um hotel de Brasília.
Dorfler ressaltou que grupos pequenos estão fazendo o que chamou de "atos terroristas" e que a maioria da população não concorda com esses atos. "Não podemos submeter o resto dos bolivianos a uma situação de exceção", completou.
O ministro da Fazenda boliviano, Luis Alberto Arce, que está no Brasil, disse que houve uma tentativa de golpe no país, combinada com atos de vandalismo e de terrorismo. "O governo está tomando as medidas necessárias e está instruindo as forças armadas da Bolívia a resguardar os campos petroleiros e de gás do país. A polícia nacional está fazendo as investigações necessárias", disse.
Ele negou, no entanto, que o país passe por uma guerra civil e reafirmou que os grupos de oposição são pequenos, de "200 a 400 pessoas que estão radicalizando suas ações".
"São reduzidos grupos, financiados, que agem em função de certas instruções que recebem", disse. Para ele, houve uma coincidência entre a radicalização dos atos e a chegada à Bolívia de integrantes da oposição dos Estados Unidos.
Dorfler lembrou que, ontem, o embaixador norte-americano Philip Goldberg foi considerado persona non grata pelo governo Morales por se intrometer em assuntos internos do país em diversas ocasiões. "O presidente Evo foi absolutamente claro, é uma situação que apareceu em reiteradas oportunidades, as intromissões do embaixador nos assuntos internos como pessoa", afirmou.
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